O Espelho - litografia de Guilherme de Faria, 48/60, 1984
O espelho (de Alma Welt)
Também tenho um fraco pelo espelho
Que de manhã é meu primeiro conselheiro
Mas de vã bajulação muito vezeiro,
A dizer que a mim mesma me assemelho...
Quem sou eu, como é a minha figura,
Se não posso confiar nesse senhor?
Dorme aprisionado em sua moldura
E certamente me deve ter rancor...
Sempre de fácil alcance à minha mão,
Lago lânguido e falso cristalino,
Outrora de Narciso a perdição...
E eu me pergunto por quê não o descarto
Se não posso confiar nem no destino,
E o inferno, de tais flores é tão farto...
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14/ 09/2016
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