quarta-feira, 14 de setembro de 2016

O espelho (de Alma Welt)

                               O Espelho - litografia de Guilherme de Faria, 48/60, 1984

O espelho (de Alma Welt)

Também tenho um fraco pelo espelho
Que de manhã é meu primeiro conselheiro
Mas de vã bajulação muito vezeiro,
A dizer que a mim mesma me assemelho...

Quem sou eu, como é a minha figura,
Se não posso confiar nesse senhor?
Dorme aprisionado em sua moldura
E certamente me deve ter rancor...

Sempre de fácil alcance à minha mão,
Lago lânguido e falso cristalino,
Outrora de Narciso a perdição...

E eu me pergunto por quê não o descarto
Se não posso confiar nem no destino,
E o inferno, de tais flores é tão farto...

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14/ 09/2016

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