segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Amores enterrados (de Alma Welt)

Amores enterrados, não me voltem,
Que o fraco coração não aguenta mais.
Ao meu próprio enterro não me escoltem
Quando chegar a hora de minha paz.

Como eram nossos tempos agitados!
Quanta inquietação, desassossego,
Dos jovens corações apaixonados
Como o tal das claras águas do Mondego. *

Éramos todos pobres tolos, isso sim,
Acreditando superar a solidão
E que o amor eterno não tem fim...

Agora que afinal nos aquietamos,
Que ternura enche enfim o coração
De ver como era belo o quanto amamos...

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19/09/2016

Nota
*Como o tal das claras águas do Mondego - alusão ao famoso soneto de Camões...

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