terça-feira, 27 de setembro de 2016

Cartas ao poente (de Alma Welt)

                                                          Pampa vermelho- óleo s/ tela de Guilherme de Faria,

Cartas ao poente (de Alma Welt)

Todos nascem no seu nicho nesta vida,
E para sempre a ele pertencemos,
Às vezes nem consolo nem guarida,
Outras tantas será tudo o que temos.

Pra mim é este pampa, esta querência,
Herança dos meus avós sem medo,
Que sofreram uma espécie de descrença
Ao plantar de tantos sonhos seu vinhedo.

Quanto a mim, igualmente transplantada
Deitei raízes nesta terra abençoada,
E daqui, que já não saio senão morta,

Escrevo cartas e as envio, displicente,
Aguardando as respostas do poente
Que toda tarde vem bater na minha porta...

.
27/09/2016

Nenhum comentário: