Cartas ao poente (de Alma Welt)
Todos nascem no seu nicho nesta vida,
E para sempre a ele pertencemos,
Às vezes nem consolo nem guarida,
Outras tantas será tudo o que temos.
Pra mim é este pampa, esta querência,
Herança dos meus avós sem medo,
Que sofreram uma espécie de descrença
Ao plantar de tantos sonhos seu vinhedo.
Quanto a mim, igualmente transplantada
Deitei raízes nesta terra abençoada,
E daqui, que já não saio senão morta,
Escrevo cartas e as envio, displicente,
Aguardando as respostas do poente
Que toda tarde vem bater na minha porta...
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27/09/2016
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