terça-feira, 2 de agosto de 2016

Tristeza (de Alma Welt)

Às vezes sento na varanda e fico triste
De uma tristeza de imobilizar. *
A cadeira de balanço fica em riste
Pois que nem mesmo a ponho a balançar.

Então minha irmã Lucia chega junto
E faz doces carinhos na minha face
Como se no rosto de um defunto
Que ao seu belo enterro preparasse.

Ela já sabe que não quero palavras...
Não suporto dos consolos a pieguice,
Que nunca os plantei em minhas lavras.

Deixem-me quieta aqui nesta fonteira
Do sonho e da morte. Ah! quem me visse!
Aqui, de um outro mundo na soleira...


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01/08/2016


Nota
*Alma foi uma vez diagnosticada como bipolar. Mas isso são coisas da modernidade. Alma transcendia esses diagnósticos. Ela vivia no tempo da poesia...

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