sábado, 13 de agosto de 2016

Ao meu escriba (de Alma Welt)

Meu escriba se levanta quase aflito
De manhã cedo e toma seu café,
Mal espero que termine e já lhe dito
Um bom soneto ou um pensamento até...

Mas ele não se importa, ele é meu fã,
Descobriu-me entre um e outro cordel
Quando os escrivinhava num afã
De enterrar a gravura em tom pastel.

Desde então o atormento, pobre homem,
Com as coisas de sua própria alma
Porque se não o faço as coisas somem.

Agora minhas memórias são as suas,
Se confundem com as minhas, não são duas,
E uma só linha fatal em sua palma...


.
13/08/2016

Nenhum comentário: