quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Sem desperdício (de Alma Welt)

Queria escrever um só poema
Inusitado, que me fizesse rir
De mim mesma sem sentir nenhuma pena
Daquele tempo em que restei em vez de ir,

Do triste tempo perdido em ninharia,
Árido, estéril, só palco das tristezas
Pessoais e intransferíveis à poesia,
Refratável às formas e às belezas.

Mas não há isso! Poderias bem dizer.
Na verdade, tudo tem razão de ser
E não há desperdícios nesta vida...

A dor de hoje fertiliza o amanhã
E não há uma lágrima perdida
Como há tanta palavra tola e vã...

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18/08/2016

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