Juntei as mãos e de joelhos perguntei:
"Meu Senhor Deus, que fizeste o céu azul,
Também, de noite, o cruzeiro do meu Sul
E este pampa infinito que nem sei..."
"Dizei, Senhor, o que fiz pra merecer
Tantos dons, privilégios e presentes,
Quando vejo ao redor seres carentes
Que me fazem ter vergonha de assim ser?"
"Além de bela, poeta me fizestes
Com o dom incompreensível do soneto,
Num tempo de miséria e de pestes... "
Então, envergonhada de minha prosa,
Vi o céu azul mudar ficando preto,
E cão de mim, encolhi-me, temerosa...
.
17/09/2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário