Um dia me vi diante do espelho
Qual se espectro fosse de mim mesma.
Estava, só, perdida, no vermelho,
E meu pobre rosto uma abantesma.
Quanto duras e persistes, ó vaidade!
Logo ali estava eu a retocar-me
Com vistas a um rolê pela cidade
Com intenção explícita de dar-me...
Então, logo, na areia movediça,
Puxei-me de mim pela metade
Que já conhecia da minha missa...
Miserável criatura, tão carente!
Como persiste o orgulho, na verdade,
A ponto de ofertar-me de presente...
.
16/12/2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário