segunda-feira, 24 de outubro de 2016

O rastro (de Alma Welt)

Deixamos sempre um rastro de passagem
Por mais leve que seja o nosso passo,
Ou que, furtivo, seja como aragem
Que procura evitar deixar seu traço.

Entretanto são os passos delicados
Que os corações guardam na estante
Ou que restam nos nossos guardados
Em maços amarrados com barbante.

Não chegam a compor grandes histórias
A menos que o rastreador seja poeta
E saiba de poeira fazer glórias...

Lembro que tive uma tia predileta
Que perguntada como ia, suspirava:
"Vai-se vivendo!..." e pronto, eu me calava.

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24/10/2016

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