Alma Welt na colina dos Mortos - óleo s/ tela de Guilherme de Faria
Meu corvo (de Alma Welt)
Ariscas que são, as horas voam,
Que fluidas nos escapam pelos dedos;
E as badaladas finalmente soam
De nossa meia noite, auge dos medos.
A vida é um conto de Allan Poe,
Mestre supremo dos horrores
De quem melhor discípula não sou
Mas que é um dos meus amores...
Entretanto tenho um corvo que me segue
E que muitos amigos não duvidam
Que ele os meus sonhos também negue. *
E assim caminho viva sobre os mortos,
Auscultando a terra escura onde lidam,
Como eu talvez sonhando novos portos...
.
02/10/2012
Nota
* Que ele os meus sonhos também negue - Alma alude ao corvo do famoso poema The Raven.(O Corvo) de Edgar Allan Poe ( pronuncia-se Pou) que pousado num busto de Palas Atenas, a cada pergunta do poeta sobre a sua amada, respondia somente: "Nevermore" (Nunca mais!)
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