A Adormecida do Espelho- litografia de Guilherme de Faria, 1976
A Adormecida do Espelho (de Alma Welt)
A mim mesma me vejo adormecida
Se duplico no desejo meus espelhos
E desdobro-me na coisa oferecida
Que começa pelo rubro dos pentelhos
E ondula na beleza tão largada
Da mulher adormecida em sua vida
Como se dormir assim não fosse nada
E o cristal não a pusesse dividida...
Não sabe finalmente a criatura
Que a imagem não liberta mas cativa
Aquela que se doa por doçura?
Aurora que se põe, pelo contrário,
Traz a morte consigo embora viva,
Lua que da noite deixa o ovário...
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