sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Penélope de mim (de Alma Welt)

Exerço em mim a minha forte resistência
Contra a tristeza só enquanto feia.
Minha arma de verdade é uma teia
De Aracne de espera e paciência...

Penélope de mim vou assim tecendo
E desfiando nas noites cada ponto
Embora sem um Ulisses combatendo
Longe por mim conforme o belo conto.

Pra morrendo não voltar somente ao pó,
Meus sonetos são os pontos desta teia,
Que sendo astuta não dou ponto sem nó.

Aliada nesta luta inglória e bela
Tenho uma, percebida a quem me leia:
A beleza interior que me revela...
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21/08/2020

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