Nunca mais! disse o corvo, também digo.
Nunca mais! (repetirei a cada erro).
A própria vida consiste no perigo,
Vivemos num primordial desterro.
Há um lado sinistro incontornável
No nosso dia a dia pouco justo,
Sobrevivendo de modo confortável
Enquanto pousa o corvo em nosso busto.
Bah! Já estás desconsolada outra vez!
Apaga tudo, acorda! É um novo ano!
Estás só: não há corvo nenhum...
Mas repito: Nunca mais! (a cada mês)
Pois este é o fatal destino humano:
Repetir nossos pecados um por um...
.
06/08/2020
Nota
*Nevermore - respondia o corvo do poema The Raven, de Edgar Allan Poe, pousado num busto de Palas Atena.
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