Poente - óleo s/ tela de Guilherme de Faria
Por aqui os tais bons tempos já passaram
E contemplo agora a decadência;
Amei, escrevi livros e me amaram
E tudo isso foi feito com ardência.
Uma parte das horas foi de espera,
Que esta sempre foi a humana sina;
Jamais galguei paredes como hera,
Pois fui árvore no alto da colina.
Não deixei passar em vão um só poente
Mas também não tomei Teu santo nome,
E por isso me tomaram por descrente.
Então próxima da hora mais intensa
Não diria que matei a minha fome:
Bem mais queria, Senhor, e sem ofensa.
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