O rei está nu - gravura em metal de Katarína Vavrová
Tão ambígua é a vida do poeta
A tecer para si manto invisível
Qual roupa nova daquele rei pateta
Conquanto com nudez mais aprazível.
Pelado está o rei mas é tão belo
Que o povo se comove e quer tocá-lo
Neste seu desamparo e sem castelo
Nem folha de parreira a disfarçá-lo.
Maldaram que o rei se envergonhou
E saiu com a mão na frente e outra atrás,
Que parreira não havia ou se acabou...
Mas o poeta anda nu na passarela
Como Adão que consigo a Musa traz
Recém-saída, triunfante, da costela...
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