domingo, 13 de outubro de 2013

A Obra (de Alma Welt)


 
 Catavento da torre da Igreja Matriz
de São João de Lourosa, Viseu, Beira Alta, Portugal
 
 
 A Obra (de Alma Welt)
 
 
Que imenso labor é a nossa vida!
E mais se nos propomos uma obra,
O que torna nossa alma dividida
E sempre a trocar peles como cobra.

A cada obra nascemos e morremos
E passamos momentos carne-viva,
E é quando mais sentimos e sofremos
Ou nos fechamos qual frágil sensitiva...

Báh! Por certo há também os indolentes
A quem respeito um tal desprendimento,
Se forem puros, claros, inocentes,

Já que aqueles a quem basta só viver
Sem o verso, a torre, o cata-vento,
Têm a obra toda neles sem saber...
 

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