sexta-feira, 1 de novembro de 2013

A Arca no Sótão (de Alma Welt)



A Arca no Sótão

“O que se foi deixemos no passado,
Do contrário caímos na esparrela
De viver novamente o mesmo fado...
E de acender de novo a mesma vela.”

“E o pavio decerto está mais curto,
Muito em breve seremos cinza ou pó.”
Com aquele riso como um surto,
Assim dizia Frida, a minha avó.

Mas eu, entre o medo e o fascínio,
Sendo a curiosidade minha marca
E com forte atração pelo declínio,

Num sótão entulhado de mobília
Garimpava no cascalho de uma arca,
Virtudes nos pecados de família...
 

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