quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

A Volta ao Poente (de Alma Welt)

Há tempos não sentava em minha varanda,
Na cadeira de balanço da minha avó.
Para olhar o seu poente como anda,
Desde quando ela morreu e me vi só.

Mas a contemplação soou mais triste
Do que quando eu sentava no seu colo
E ela apontava o dedo em riste
Para o sol, por meu olhar fora do polo...

É que eu olhava seu semblante iluminado
Para ver a eternidade em sua face,
O poente já em si incorporado.

E agora vejo então que eu não sabia
Que assim Deus se despia de um disfarce
Para estar entre nós no fim do dia....
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27/01/2022

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