Voltar ao lar, foi tudo o quanto eu quis.
O lar se foi, não seria mais possível
À pessoa, à poetisa que me fiz,
E o que restou agora é invisível...
Tudo agora é espectral, o casarão,
O jardim da velha Frida, minha avó,
O vinhedo e o lagar em ruína estão,
Quase tudo quanto eu toco vira pó...
O Tempo é o Senhor dos desraigados
E passa como o Huno em seus cavalos
Deixando a terra, os campos, tão salgados
Que até para os capins não há retorno
Com o sabor doce que tinham ao prová-los
Mordendo um talo, deitada, olhando em torno.
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30/05/2017
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