terça-feira, 22 de novembro de 2016

Capitão, meu capitão (de Alma Welt)

Nossa nave, já se vê, está furada
Fazendo água que não é de se beber.
O capitão se debruça na amurada
E tem visíveis ânsias de descer.

Capitão, meu capitão, espero ordens!
Quase todos nesta barca têm família,
Antes que comecem as desordens
Uma palavra, capitão, ou uma ilha...

Entretanto não há consolo nesta vida
E ninguém pode descer antes da hora,
Quer dizer: antes da barca submergida.

E me pergunto como foi que me meti
Nesta barca se daqui nem fui embora
E navegando em mim já me perdi...

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22/11/2016

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