domingo, 9 de dezembro de 2012

Spleen (de Alma Welt)

Charles Baudelaire- por Gustave Courbet
 
Spleen (de Alma Welt) 

Tudo o que é humano compartilho,

Então confesso o tédio vez por outra
Embora ao fazê-lo até me humilho,
Pois pra isso desculpa não se encontra.

O tédio é o pendor dos fúteis, sim,
Conquanto já afetasse o Baudelaire
Sob o vago e estranho termo spleen,
E ao que consta não foi falta de mulher.

Joguemo-lo na conta de uma febre
Que produz, assim, na alma, desencanto
De quem soube que comeu gato por lebre...

Pois a vida nos mantém apenas vivos,
A noite não nos cobre com seu manto
E não “era uma vez” como nos livros...

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