terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O Círculo das Horas (de Alma Welt






Pampa- foto de Edelweiss Bassis
 
O Círculo das Horas (de Alma Welt)

Quê mal se foi o vinho pro vinagre
E que nossos leitores foram poucos,
Se um círculo de doze nos consagre
Com o obstinado amor dos loucos?

Mesmo se eles foram apenas horas
Que nos acompanharam persistentes...
Já no berço debruçam estas senhoras
Com os esgares de seus tics dementes.

E nos levam na vida estas madrinhas
Num galgar renitente, quase aflitos,
Como a hera lança suas gavinhas...

E se por fim adentramos o portal
Que não nos seja cheio de mosquitos *
E enfrentemos o funil até o final...


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Notas:
* que não nos seja cheio de mosquito- Logo que Dante convidado pelo poeta romano Virgilio adentra o portal do Inferno, ele vê uma multidão de almas atormentada por um enxame de moscas e que se debatia eternamente naquele vestíbulo. Dante pergunta a Virgílio: "Quem são estes?" E o poeta-guia responde: "Estes são os covardes. Olha e passa."


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