terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A todo custo (de Alma Welt)


                                                   Detalhe do Juizo Final de Michelangelo na Capela Sistina.

A todo custo (de Alma Welt)

Como é fina e frágil a razão nossa!
Uma tênue fronteira do delírio;
Um passo em falso e eis a fossa,
Ou já temos entre as mãos aquele círio.

Agarramos a vida a todo custo
Mesmo que a tal loucura nos aposse
E mal durmamos num Leito de Procusto
Para acordar só com uma tosse

E não encarando o nosso medo
Como erva daninha que em nós medra
E que não nos deixará livres tão cedo...

Mas, queremos mesmo a vida como é:
Um pé sobre o outro numa pedra
E água suja subindo com a maré...
 

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