terça-feira, 23 de outubro de 2012

Nem rouxinóis nem cotovias (de Alma Welt)




Nem rouxinóis nem cotovias (de Alma Welt)

Confesso minha pena de morrer
Assim como de perder meus sonhos;
Considero-me insuspeita pra sofrer
Pois meus versos não primam por bisonhos.

Mas há manhãs que acordo com meus gritos
De fazer esvoaçar as cotovias
E rouxinóis, se os houvesse, não mosquitos
E tão pouco motivo pra poesias...

E mordo até sangrar os cotovelos
Quando olho no espelho minhas olheiras
Que refletem meu penar de pesadelos...

Mas teimo em escrever contra a maré
Mesmo que então saia estas besteiras
Das quais eu me envergonho, e rio até...
 

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