segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

O pó e o pólen (de Alma Welt)

Não há nada que me cause mais prazer
Que um soneto novo a cada hora.
"Quê exagero! Assim vais até morrer!
Cada verso te leva um pouco embora!"

Mas faço versos assim como respiro
E não tentem me conter ou distrair
Se estou a contar sílabas, que piro
Ou poderei em pleno ar até sumir.

O soneto me compõe, me configura
E assim como tu mesmo sou real,
Já que a vida material bem pouco dura...

E iremos todos no fim sumir no ar
Ou mais densos, grãos num areal,
Mas, poetisa, pólen sou, pra fecundar...
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14/02/2022




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