A voz do carvalho (de Alma Welt)
Houve tempo em que tateei nas trevas
Porque não acreditava nos meus olhos.
Como eu, maré de gente, havia levas,
Por si mesmas, só barreiras e escolhos.
Onde é que estou? Em vão eu perguntava,
Pois as repostas eram tantas a dispor
Como de vagas o uníssono fragor,
Que, perdida ia eu, e tateava...
Então cheguei à sombra de um carvalho
Que no meio das trevas era luz
E num mar de secura, era o orvalho.
E então do imenso tronco ouvi a voz:
"Teu olhar, somente ele, te conduz,
Já que na multidão estás a sós..."
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(sem data)
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Nota
Alma Welt, como sempre simbolista, me fez lembrar da anedota relembrada pelo Olavo de Carvalho sobre Groucho Marx (dos Irmãos Marx, comediantes da Era de Ouro de Hollywood) que disse a um interlocutor num filme: "Então, você vai acreditar em mim ou nos seus próprios olhos?"
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