segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Romanesca (de Alma Welt)

 Jovem embora seja, amo o passado
Que me trouxe até aqui, eu sinto,
Com este ar romanesco renovado
Mas da velha castidade nem o cinto...


Sou libertária, livre, muito nua
Na alma e nos momentos indevidos;
E se amo tanto o sol, venero a lua,
E me dou demais aos meus queridos.


Por isso me expulsaram do meu pampa,
Pois das prendas* não perdoam nem os puns,
E quiseram me fazer descer a rampa...


E se fui à capital, depois ao mundo,
Voltei com este estro mais fecundo,
Abrindo a alma para escândalo de alguns...
.
03/01/2021



Notas
*prendas - assim são chamadas as moças solteiras, no pampa gaúcho.
Para melhor entendimento deste soneto, recomendo aos novos admiradores da Alma Welt, que leiam o incrível capítulo do "Julgamento da Alma" no seu romance autobiográfico A Herança ( vide em e. book da Amazon, ou no blog Romances de Alma Welt )

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