quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

O primeiro casarão (de Alma Welt)

Congelado no tempo, em pleno ar
Assim o vejo e ainda o purgo,
De meu primeiro tempo de sonhar,
O velho casarão de Novo Hamburgo...

Não aquele, depois, dos oito em diante
De mim guria nas estância dos avós
De que já contei, creio, bastante,
Mas do barro de origem, de outros pós.

Ali na casa que ocupava o quarteirão
Vivi o ingênuo amor por meu irmão,
O pequeno aventureiro de quintal,

Mas sem ter a desculpa de mais tarde,
Ao saber outra sua estirpe original...
E que Deus seja louvado e nos aguarde.
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07/01/2021
Nota
A paixão da Alma, a vida inteira por seu irmão Rodo, bela e dramaticamente contada em crônicas, no seu romance a Herança, e nos espantosos sonetos de pocker do blog "Sonetos do Rodo", e que ela mesma pensava de ser de caráter incestuoso (o que a fazia sofrer) foi absolvida de culpa, quando soube que Rodo era filho de ex-namorada com outro homem, mas assumido e criado junto com ela e as irmãs, por seu pai que escondeu esse segredo de sua família. A personalidade aventureira, destemida, de Rodo, que se tornou um jogador profissional de pocker, correndo em carros esporte pelo mundo e assumindo desabridamente grandes riscos, fascinava a poetisa, mais introspectiva e sonhadora...
Do período do casarão de Novo Hamburgo recomendo o belíssimo conto " "Nosso muro proibido", do blog "A Prosa de Alma Welt"
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