Porque deles extraio sua poesia
Como alguém que na manhã de cada dia
Ordenha a melhor rês de todo o gado...
Alma (dizes), não acordas assim cedo;
Depois do amargo vais direto ao teu jardim,
Entre espinhos aspirar rosas, sem medo,
Como à noite o fazes com o jasmim...
Ora, me fazes parecer mimada e fútil,
Por pequenos prazeres pobre presa,
Incapaz de algo mais fazer de útil...
Mas qual rosa de espinhos tão armada,
O poeta não precisa mais defesa,
E jasmim, deixa a noite perfumada...
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20/10/2020
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