Este espaço é destinado às diversas séries de sonetos da poetisa gaúcha Alma Welt, que, mais genéricas, não se enquadrem nos outros blogs da poetisa, de séries mais específicas, como os eróticos, os metafísicos, etc. (vide lista de seus blogs)
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
O Encontro em Samarra (de Alma Welt)
O encontro - foto de Geoffroy Demarquet
O Encontro em Samarra * (de Alma Welt)
Construamos nossa vida dia a dia...
Se o digo é porque há quem não o faça
E vá de roldão e à revelia,
Aos trambolhões ou em fumaça.
Viver é uma tarefa complicada
Que exige preparo e muita arte,
Do contrário tua vida é uma maçada
E é melhor tu ires a outra parte...
Na verdade não temos tal escolha
Pois temos que viver quase na marra
Antes que o Ceifador a todos colha.
Mas se pensas faltar à sua colheita
Mudando-te depressa pra Samarra,
Tens encontro, não farás essa desfeita...
*O Encontro em Samarra ( conto tradicional árabe)
"Havia um comerciante em Bagdade que mandou o seu servo comprar provisões ao mercado, e daí a pouco o servo voltou, pálido e trémulo, e disse: «Senhor, agora mesmo, quando estava no mercado, fui empurrado por uma mulher, no meio da multidão, e quando me voltei vi que fora a Morte quem me empurrara. Ela olhou-me e fez um gesto ameaçador; por isso, empreste-me o seu cavalo, e sairei desta cidade, para escapar ao meu destino. Irei para Samarra, e aí a Morte não me encontrará». O comerciante emprestou-lhe o seu cavalo, o servo montou nele, enterrou-lhe as esporas nos flancos e partiu tão velozmente quanto o cavalo podia galopar. Então o comerciante foi ao mercado e viu-me, de pé, entre a multidão; aproximou-se de mim e disse: «Por que fizeste um gesto ameaçador ao meu servo quando o viste esta manhã?». «Não foi um gesto ameaçador», respondi, «foi apenas um sobressalto de surpresa. Fiquei espantada por vê-lo aqui, em Bagdade, pois eu tinha um encontro marcado com ele esta noite, em Samarra».
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