domingo, 5 de janeiro de 2014

Alma exausta (de Alma Welt)














Alma exausta (de Alma Welt)



O quê mais quereis de mim? Me dei inteira
E já nem posso, a rigor, me recriar
Sem me sentir na banca de uma feira
Apregoando-me às dúzias, pra fechar...


Estou exausta, na alma fui promíscua
E dei-me em pérolas a torto e a direito
Quando mais deveria ser conspícua
E conservar-me sozinha no meu leito.

Báh! Bem que dizia a minha Matilde
Para eu restar em casa sossegada
E rezar para que ficasse mais humilde.

Dos cínicos não tenho a caradura,
A cada confissão fico arrasada:
Distribuí de graça a minha loucura...

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