sábado, 21 de dezembro de 2013

Os véus (de Alma Welt)



                           Litografia de Guilherme de Faria, do álbum Reflexos, 1978


Os véus (de Alma Welt) 

Quanta súbita saudade da guria
Que fui, conquanto traga em mim

A sua ingênua crença na poesia
Como meio de manter a vida assim.

Assim, como? Assim, cheia de encanto
Como se fosse concebida e acabada
Em beleza oculta em cada canto
Ou como partitura a ser cantada.

“Não há nada mesmo fora de lugar
E nem há injustiça neste mundo;
Se tu sofres, é que em algo foste errar.”

E se eu via o mundo em perfeição
Mas já com certo medo lá no fundo,
Ai de mim, se os véus forem ao chão...

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