sábado, 28 de dezembro de 2013

A barlavento (de Alma Welt)




  
A barlavento (de Alma Welt)

Vão-se as dores e risos com os ventos,
Vão-se neles nossas loucas veleidades...
Então ficam nossos passos bem mais lentos
Carregados de lembranças e saudades...

Assim Frida, a minha avó, dizia,
Mas o fazia por certo em alemão,
Que como versos de Goethe soaria,
A mim, guria, sentada ali no chão.

Vão-se os anos na cruel fuga do vento
E ficam nossas lembranças ancoradas
Ou singrando na maré à barlavento.

Lá se foram avó Frida, avô Joachim,
Mas permanecem, as proas amarradas
Nesse cais petrificado que há em mim...
 

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