Alma e o Lobo - óleo s/ tela de Guilherme de Faria, 2006, 150x150cm
Alma e o Lobo-Guará (de Alma Welt)
Entre tantos caminhos que se abriam
Escolhi pelo jeito o mais ameno,
Aquele em que até os cães se fiam
E o capim pro meu cavalo, puro feno...
Entretanto, a poesia é uma armadilha
Cruel, terrível, de pegar lobo-guará,
Que os malvados armam na coxilha
Para quem anda por aí ao Deus dará.
Bah! Que engano ledo é o mar de flores,
Antes ficasse co'a avó em seu jardim,
O que me evitaria tantas dores...
Mesmo assim andei nua pela vida
E fui lobo e caçador, ambos de mim, *
Quase só por mim mesma enaltecida...*
.
13/06/2017
Notas
*E fui lobo e caçador, ambos de mim - uma alusão ao verso "Eu, caçador de mim... ", da canção famosa de Milton Nascimento.
*Quase só por mim mesma enaltecida - a chave de ouro deste soneto é ilustrada com precisão na minha pintura "Alma e o Lobo", pelo gesto de mão para o alto da poetisa nua...
(Guilherme de Faria)
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