Ser poeta é ter tanto o que fazer
Que não dará mais pra fazer nada.
É ficar com a alma exausta, esvaziada
Para enchê-la de novo ao bel prazer...
É também especular com os espelhos
E sabendo que não confiáveis são
Então neles dirigir na contramão
E tomar os verdes por vermelhos...
É procurar a infância no silêncio
Das nossas entrelinhas misteriosas
Como sobre o abismo a ponte pênsil
Ser poeta é ser formiga atarefada
E pra poder cantar sem ser calada
Travestir-se de cigarra em meio às rosas...
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13/03/2017
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