"Ó homem! D'um abismo vive à beira,
Ignorando dos mortos o clamor..."
Assim dizia, sentado numa esteira,
O espectro de um velho professor.
Dizia uma caveira: "Riam agora,
Pois será meu todo e qualquer riso,
Pondo à mostra até dente do siso,
E isso lhes garanto, não demora."
Lá do fundo, toc, toc, um anjo branco
Então entrou neste congresso escuro:
"Bons senhores, me desculpem meu tamanco"
"Mas não pude deixar de interferir,
Deus me mandou dizer que existe o puro,
Que o reconhece pelo seu jeito de rir..."
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04/03/2017
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