sexta-feira, 3 de março de 2017

À Deriva (V) (de Alma Welt)

Ai de nós, que mal sabemos onde estamos
Por só acalentar velhas certezas;
O capitão perdeu seus portulanos
E estamos ao sabor das correntezas...

Capitão, meu capitão, o barco afunda
Desde que deixamos nosso cais...
Nossos porões a água já inunda
E não ousamos nem olhar pra trás!

Um bote salva-vidas e à deriva
É o que havia de restar, eu bem sabia,
Logo mal agradecida de estar viva...

Nau frágil não é só o que apavora
Quando a navegante o ser se arvora,
Mas toda a amplidão que se anuncia...

.
03/03/2017

Nenhum comentário: