terça-feira, 12 de março de 2013

A Baloneira (de Alma Welt)

Balão da Alma- litografia de Guilherme de Faria
 
A Baloneira (de Alma Welt)

Construí para mim doido balão,
Eu sozinha, que serei o meu piloto
Da barquinha barroca de ilusão
Do balão que nasceu já meio roto.

Tenho tudo para em sonho naufragar
Pois amo a poesia do fracasso
E o impulso suicida de voar
Em direção ao ar puro e escasso...

Entretanto, já sei, se na descida
Estiverem esperando o povo e o rei,
Com a banda e as faixas de acolhida

E jornalistas me vierem entrevistar,
Será a minha vez de perguntar:
“Onde foi, ó Poesia, que eu errei?”
 

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