Balão da Alma- litografia de Guilherme de Faria
Construí para mim doido balão,
Eu sozinha, que serei o meu piloto
Da barquinha barroca de ilusão
Do balão que nasceu já meio roto.
Tenho tudo para em sonho naufragar
Pois amo a poesia do fracasso
E o impulso suicida de voar
Em direção ao ar puro e escasso...
Entretanto, já sei, se na descida
Estiverem esperando o povo e o rei,
Com a banda e as faixas de acolhida
E jornalistas me vierem entrevistar,
Será a minha vez de perguntar:
“Onde foi, ó Poesia, que eu errei?”
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