Foto de Jarosław Datta
Amantes (de Alma Welt)
Que mansos olhos tinha o amor nosso
Quando juntos deitávamos silentes
Sem nunca perguntar: “Amor, eu posso?
E sem a ânsia triste dos carentes...
Que perfeição de gestos, que balé
Emanava do nosso corpo jovem
E em que se poderia ouvir até
O deslizar dos dedos que se movem.
E o respiro, como aragem, como brisa
Percorrendo o quarto na penumbra
De uma tarde morna e indecisa
Que avançava lenta para a noite
Mas com a vaga promessa que deslumbra
Das delícias proibidas de um açoite...
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