Voltem, oh! voltem meus amores,
Que aqui os espero em meu tugúrio!
Agora o meu amor e seus humores
Devem menos a Eros que a Mercúrio,
O esperto deus ligeiro das mensagens
Dos amantes, dos deuses e ladrões,
E tanto aos vãos amores temporões
Como àqueles precoces e selvagens.
Saibam que os espero em concílio,
Todos à roda do perdido coração,
Que acabo de voltar do meu exílio...
Estou de volta à terra do meu ser:
Aqui posso amar sem exclusão,
Abraçá-los todos juntos e... morrer.
05/07/2004
Nota
Este belo soneto já revela o pressentimento da Alma de que o ciclo de sua vida se fechava e que não viveria muito mais. Ela queria reunir poeticamente todos os seus amores e paixões, reconciliando-se com todos, inclusive com os que duraram tão pouco. Alma conseguiu expressar algo difícil como este concílio simbólico dos amores de toda uma vida num abraço final, carinhoso, redentor... ( Lucia Welt)
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