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Noite perplexa, pálida e demente
A se estender da casa à pradaria
Desde o coração da minha gente
Concentrada no salão e escadaria,
Todos à roda do corpo tão presente
A que só eu via a grande espada
Entre as mãos no peito e repousada
Longitudinal e reluzente...
O maestro jazia inanimado
Mas a música de seus dedos se ouvia
A tocar num gravador ultrapassado,
Parecendo vir de longe, muito longe,
D’uma idade recheada de magia
Onde fora grão-senhor, guerreiro e monge...
03/01/2001
Nota
Acabo de encontrar este soneto na arca da Alma, que junto à serie dos "Delirantes", embora seja bem claro e descritivo do velório do Vati (papai) que para os novos leitores esclareço que também era chamado de Maestro pelos peões e alguns de nós, pois era um grande pianista embora fosse médico (só exerceu a medicina na juventude). (Lucia Welt)
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