Vou-me daqui, Rôdo, por ora.
Não posso mais, não passarei na prova,
Nosso pai amado foi-se embora,
Eu mesma o vi descer àquela cova.
Tudo por aqui clama ou ilude,
Meu coração tropeça em sua sombra,
Ouço ainda seus passos sobre a alfombra
Que deveria guardá-los em quietude.
Mas os livros, mudos, o piano...
E o relógio da sala é só silêncio,
Os ponteiros no vão doze romano,
Imóveis congelados no momento,
O pêndulo inerte, ponte pênsil
Sobre o nada eterno e seu tormento...
(sem data(1999?)
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