Amo muito colher flores nestes prados
Já tangidos pela aragem da manhã,
E cercada por volteios e agrados
Das abelhas e os zumbidos feito imã
Como disse o canoro Djavan
Do som dos besouros e seu ouro
Em torno à brancura tão louçã
De minha própria carne e pêlo louro,
Em sossego também entre as ervinhas
Que me fazem, bah! lembrar-te, “linda Inês”
E “o nome que no peito escrito tinhas”,
Eu que não passo, cercada de mensagens
E poemas do antigo amor cortês,
De uma prenda a vagar entre pastagens...
08/06/2006
Notas
*...zumbidos feito imã- alusão ao refrão da famosa canção de Djavan:
"Açaí, guardiã/
Zum de besouro um imã/
Branca é a tez da manhã "
*chinoca- diminutivo de "china", expressão gauchesca do pampa riograndense para rapariga, guria.
*"...linda Inês"..."o nome que no peito..."- citação dos versos famosos dos Luziadas, de Camões: "Estavas, linda Inês, posta em sossego/ dos teus verdes anos colhendo o doce fruito.../
..."ensinando ao monte e às ervinhas, o nome que no peito escrito tinhas."
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