domingo, 25 de setembro de 2022

Feminismo moderno (de Alma Welt)

Tantas mulheres eu queria defender
As que de si guardiãs não sabem ser
Mas dou-me conta de que sou inadequada
Eu mesma tantas vezes ultrajada.

Confesso aplaudir como catarse
As atuais heroínas do cinema
Que dão surras nos machos sem disfarce,
Ou de "chilli" lhes aplicam bom enema...

É bem verdade que tais filmes bobos são
E que o buraco é sempre mais embaixo
E dias melhores pode ser que nem virão...

Mas conheci um enorme violinista *
Que não trocava, verdadeiro feminista,
Com sua mulher a cruz de um contrabaixo... *
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25/09/2022
Nota
" ... um enorme violinista... - Alma faz alusão ao grande violinista alemão Erich Lehninger, homem enorme, que foi spalla de grandes orquestras sinfônicas na Alemanha e no Brasil onde viveu durante muitos anos, e que era casado com uma contrabaixista miudinha e frágil. Entrevistado uma vez na TV Cultura, o entrevistador achando graça no contraste perguntou a Lehninger se, em viagens, ele, por cavalheirimo, trocava com ela os estojos, carregando o enorme estojo do contrabaixo de sua mulher. O violinista respondeu: "De jeito nenhum! " Por quê não? insistiu entre surpreso e divertido o entrevistador. O alemão respondeu: "Porque na vida cada um deve carregar a sua própria cruz". (Gargalhada geral).

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