domingo, 6 de dezembro de 2020

O coração faminto (de Alma Welt)

Ó meus amores, em mim adormecidos...
Mais uma vez a vós dirijo a minha voz,
Que estais, eu sei, em mim entorpecidos
No berço mago de uma tal casca de noz.

Os meus amores em mim permaneceram
Distantes de suas vidas verdadeiras
Que há muito tempo livres das coleiras
Dos meus sonhos e anseios, mais prosperam.

Pouco sei de vossas vidas, quase nada,
Mas compraz-me essa dupla natureza
Que vos atribuí, como uma fada...

E não podeis cobrar-me a usurpação,
O que me destes, agora é minha presa:
Só devolvo ao meu faminto coração...
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06/12/2020

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