A rosa flutuante (de Alma Welt)
E de repente me encontrei no turbilhão,
Mas não havia um belo Malatesta. *
Abraçava a mim mesma sem mais chão,
E sozinha estava só com minha testa.
Era, pois, meu destino de amorosa:
Solidão, solidão e um grande abraço
No ar, como sem haste a pura rosa
Flutuando absurda em pleno espaço...
Nesse momento perguntei à Divindade,
Onde estava o amor que me cabia
Em sofrimento ou clandestinidade?
E Deus me respondeu: "Ó Alma ingrata!
Dei-te o eterno abraço da Poesia...
Do que pensas tu que Amor se trata?"
.
22/08/2017
Nota
*E de repente me encontrei no turbilhão,
Mas não havia um belo Malatesta - Alma alude à punição dos amantes clandestinos Francesca da Rímini e Paolo Malatesta, que assassinados, foram condenados a voarem eternamente abraçados, num turbilhão sem pouso, no Canto V, do Inferno, da Divina Comédia, de Dante Alighieri.
Nenhum comentário:
Postar um comentário