desenho de Guilherme de Faria, 1973
A via verdadeira (de Alma Welt)
Temos sempre tanto a ver e descobrir
Que uma vida, Senhor, é pouco, perdoai.
Tendo perdido muito cedo mãe e pai
Extraviei-me procurando só partir.
Depois perdida a ponta da meada
E estando a percorrer um labirinto
Que se apresentava como estrada,
Encontrei meu Minotauro e não minto:
Aprendi coisas então, belas demais
E também duras, da nossa natureza
Que, na verdade, Senhor, não revelais.
Recuperada a via verdadeira,
Pra voltar abro, Senhor, mão da beleza:
Tornai branca esta rubra cabeleira...
.
21/07/2017
Nota
* Recuperada a via verdadeira,
Pra voltar abro, Senhor, mão da beleza:
Tornai branca esta rubra cabeleira... -
Neste terceto-chave está veladamente sugerida uma sutil marotice típica da Alma: Ela, para ganhar mais tempo de vida e se dizendo retornada ao caminho verdadeiro, oferece a Deus sua velhice (a cabeleira rubra que Ele lhe fez e que se tornaria branca).
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