Cartaz de uma encenação holandesa do Fausto de Goethe,
dirigida por Willem Royaards 1867 - 1929
Fausto (de Alma Welt)
Acreditar que a vida é mesmo bela
É grande requisito para a Arte,
Como para se ir até a janela
E parar para ver o sol que parte.
As estrelas também são muito fortes
Como claro argumento da beleza,
Assim como a lua em seus recortes
E os rios com a sua correnteza.
Uma árvore, uma flor, o som do vento,
As mulheres... tudo coube no contrato *
E o mundo todo cabe num momento.
E se a beleza do minuto perceberes, *
E parares de cuspir no grande prato
Podes morrer: pagaste os teus poderes...
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Nota
*E se a beleza do minuto perceberes-... - no Fausto de Goethe, o contrato do sábio com Mefistófeles dizia que quando após todos os seus desejos de homem entediado fossem realizados e ele finalmente dissesse ao minuto que passa: "Pára! És tão belo!", nesse momento ele cairia morto e Mefisto poderia levar a sua alma. Mas insolitamente, Deus que fizera uma aposta com o Diabo ( Mefistófeles) no Prólogo no Céu, da peça, ludibria o demônio e escamoteia a alma de Fausto no último momento, enviando um anjo serafim que com sua beleza adolescente distrai Mefisto quando este está prestes a colher a alma que escapa pela boca do cadáver. É muito curioso: Deus não paga a aposta e usa um truque erótico através do anjo que volteia hipnoticamente incitando a lubricidade caprina do demônio. Goethe era um maravilhoso doido cheio de humor politicamente incorreto!
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