quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A Leste do Éden (de Alma Welt)


 
A Leste do Éden (de Alma Welt) 

A guria que fui me é tão sagrada
Que olhando-a sempre me enterneço.
Mas deploro como fui atormentada
Por uma culpa que sei que não mereço...

Por quê, meu Deus, escandalizam os guris
Sob a mais pura macieira do pomar
Como se acaso houvessem feito coisas vis
Quando estavam tão somente a brincar?

Falta aos adultos o verdadeiro humor,
É isso que lhes falta, me perdoem,
Se simplesmente não lhes faltar amor.

Quanto a mim, para abrandar a abantesma
Dos gritos que na alma ainda me doem,
Na poesia vou-me ao leste de mim mesma...

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