No jardim de minha avó eu aprendia
Muito mais do que na escolinha
Pois sua esperteza surpreendia
A pura ingenuidade que era minha.
Mas sua malícia aberta, sem pudor,
Não logrou manchar minha pureza
E logo transformou-se nesse humor,
Minha carta da manga, sobre a mesa...
Essa ironia me manteve a salvo, sim,
De sujar minhas mãos na porcaria
Como as luvas que ela usava no jardim
E me deu certa distância, de quem sonda
Com um olhar de oblíqua simetria,
E um sorriso, assim, de Gioconda...
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01/02/2018
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